CINCO RÉIS DE GENTE
Vai sempre na frente
Dos outros que vão
Cedo para a escola;
Corpinho delgado;
O olhar mariola,
- Belos os cabelos,
Quantos caracóis!
Mas as mangas rotas
Nos dois cotovelos
São de andar no chão
Atrás dos novelos!
Os olhos dois sóis
Que alumiam tudo!
A mãe tecedeira,
Perdeu o marido,
Mas vive encantada
Para o seu miúdo.
António Botto, Palavras de cristal
Poeta português
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