quinta-feira, 11 de junho de 2015

OS PRIMEIROS TEMPOS DO MUNDO
(SEGUNDO OS GREGOS)

   No princípio, conta Hesíodo, era o Caos, abismo escuro e informe sem qualquer vida. Logo que este vazio primordial começa a adquirir forma, emergem forças antagónicas. De um lado, Nix (a Noite) e Érebo (o negro absoluto), do outro, Eros, "o Amor, que amacia as almas e, ao apoderar-se do coração de todas as divindades e de todos os homens, triunfa sobre as suas sábias vontades" (Hesíodo, Teogonia). Eros, o élan vital, não pode desempenhar plenamente o seu papel na ausência de homens e de mulheres, mas a sua presença já anuncia o nascimento de todas as coisas, o fim do caos. De Nix, que não pode existir sem a sua contraparte, nascem a Luz do Dia e Éter. A alternância do dia e da noite irá ritmar a vida dos homens, enquanto que Érebo, Éter, a "Luz pura e infinita", banha eternamente o reino dos deuses. De Nix nasce ainda Éris (a Discórdia), que - tal como Eros, não pode ainda exercer a sua influência nefasta, mas cujas filhas, Castigo, Esquecimento, Fome, Dor e Juramento, anunciam os tormentos dos homens vindouros.


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