O ROUXINOL DO IMPERADOR
"Os meninos sabem com certeza que na China o imperador é chinês, e que todos os cortesãos que o rodeiam são chineses. Esta história é muito antiga, mas vale a pena contá-la antes que caia no esquecimento.
O palácio do imperador era o mais belo do mundo, todo feito de porcelana, mas tão frágil e delicado que era preciso grande precaução para tocá-lo.
No jardim cresciam as flores mais raras. Para lá das flores, confundia-se com uma enorme floresta, com árvores altíssimas e lagos profundos. A floresta descia até ao mar, que era de um azul-celeste. E grandes navios podiam chegar até perto dos ramos das árvores, nas quais vivia um rouxinol.
Este rouxinol cantava tão maravilhosamente, que mesmo o pobre pescador, que tanto tinha a fazer, parava para o ouvir sempre que, à noite, vinha lançar as redes.
De todos os pontos do mundo chegavam viajantes para visitar o palácio e o jardim do imperador. Mas aquilo que mais os encantava era o rouxinol. E, quando o ouviam, diziam todos:
- Ah, não há dúvida que é o melhor de tudo quanto vimos!"
Hans Christian Andersen, O rouxinol e o imperador da China
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